sábado, 28 de fevereiro de 2009

ENTREVISTA COM CARLA MENDES
[Carla Mendes Alves Pinto é estudante da Universidade Federal de Alagoas]

ENEA OURO PRETO 2003

O ENEA Ouro Preto foi um encontro diferente, tanto do meu primeiro o EREA Maceió 2003, tanto dos tantos outros que fui depois. Em Ouro Preto só se percebia que havia um encontro pelo aglomerado de gente de crachá em todos os cantos da cidade. O encontro não era em um local fechado e sim por toda a cidade, em cada república, em cada bar, em cada padaria, em cada rua, praça, ladeira etc. Pude curtir uma cidade transformada, uma cidade bela com toda certeza, mas uma cidade que eu sabia que estava diferente, uma cidade que foi ocupada por estudantes. Era perceptível tanto o susto quanto a receptividade dos moradores e em alguns casos até mesmo o repúdio pelos tantos estudantes que ali estavam.

Era uma cidade ENEA que parecia não ter sido preparada para receber os estudantes de Arquitetura e Urbanismo que estavam ali para se encontrar e compartilhar idéias e sonhos, mas sim uma cidade cheia de Arquitetura que recebeu estudantes sem um planejamento. Os estudantes estavam espalhados por ela, em vários pontos diferentes, houve os que nem sequer saíram de repúblicas, houve os que ficaram em casas distantes e os que passaram frio no camping. O diferente para mim foi que naquela cidade não se via as atividades do encontro, não se via as informações sobre as atividades, não participei de quase nada que o encontro ofereceu, pois nem sequer sabia o que estava sendo oferecido. Acabei fazendo meu próprio roteiro e muitas vezes andando só ou em dupla, esperando encontrar pessoas somente nas filas pra entrar no Centro que abrigava algumas atividades (em meio a tudo consegui ir em somente uma palestra do simpósio de patrimônio que me inscrevi), na pra entrar no refeitório e a noite na que levava a tenda azul onde aconteciam as festas. Acabei encontrando e conversando com pessoas em todos os cantos, pessoas que muitas vezes acabei encontrando uma única vez na vida... Vi muita gente disposta a se encontrar, mas também os que não fizeram questão de conhecer ninguém novo e permaneceu em sua delegação.

O ENEA Ouro Preto foi a cidade de Ouro Preto; cidades esta dos encontro inevitáveis; a cidade das festas intermináveis, da culinária maravilhosa, do primeiro frio congelante por qual passei; uma cidade bem grande, sempre cheia de gente; uma cidade em que a arquitetura unia as pessoas; o Encontro mais não-Encontro que eu já tive a oportunidade de participar. Encontro que deixou sua marca e foi inesquecível por suas especificidades.



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